Quem sou eu

Retrouvaille significa Redescobrir. O Retrouvaille é um Programa voltado para casais que acreditam no seu relacionamento. Trata-se de uma experiência destinada a ajudar o casal a se redescobrir e a construir um casamento mais estável e mais harmonioso, em meio às pressões da atual sociedade e desafios do cotidiano. O Retrouvaille surgiu em Quebec, Canadá, em 1977 e chegou ao Brasil em 2000, na cidade de Curitiba, e em Recife, em 2001.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Harmonia Conjugal
Casamento, uma escola de amor

O casamento, e a família de modo especial, é uma escola de amor, porque a convivência diária obriga a acolher os outros com respeito, diálogo, compreensão, tolerância e paciência. Esse exercício forte de vivência das virtudes faz cada um crescer como pessoa humana. Na família, Deus nos ensina a amar e nos dá a oportunidade de sermos amados.
A harmonia conjugal é atingida quando o casal, na vivência do amor, ‘supera-se a si mesmo’ e harmoniza as suas qualidades numa união sólida e profunda. Quando isso ocorre cada um passa a ser enriquecido pelas qualidades do outro. Há, então, como que uma transfusão de dons entre ambos. Mas, para isso, é preciso que o casal chegue à unidade, superando as falsidades, infantilidades, mentiras e infidelidades. Para chegar a esse ponto é necessário olhar para o outro com muita seriedade, respeito e atenção.
Ninguém é obrigado a se casar e a constituir uma família, mas se tomamos esta decisão, então devemos ‘casar pra valer’, com toda responsabilidade. Aquela pessoa com quem decidimos nos casar é a ‘escolhida’ entre todos os homens ou mulheres que conhecemos; e, portanto, como o(a) eleito(a), devemos ter-lhe em alta estima, como a pessoa ‘especial’ na nossa vida, merecedora, portanto, de toda atenção e respeito.
É lamentável que entre muitos casais, com o passar do tempo, e com a rotina do dia-a-dia, a atenção com o outro, e, pior ainda, o respeito, vão acabando. Não tem lógica, por exemplo, que um ofenda o outro com palavras pesadas, o que provoca ressentimentos; não tem cabimento que o marido fique falando mal da esposa para os outros, criticando-a para terceiros. Isso também é infidelidade. Pois esta não acontece somente no campo sexual.
Por outro lado, é preciso cuidar para que a atenção e o carinho para com o outro não diminuam. É importante manter acesa a chama do desejo de agradar o outro. São nos detalhes que muitas vezes isso se manifesta: Qual é a roupa que ela gosta que eu vista? Qual é o corte de cabelo que ele gosta? Qual é a moda que ele gosta? Qual é a comida de que ele gosta? Quais são os móveis que ela gosta? Qual é o carro que ela prefere? Qual é o lazer que ele gosta? Enfim, a preocupação em alegrar o outro – sem cair no exagero, é claro – é o que mantém a comunhão de vidas.
Isso não quer dizer que o amor conjugal deva ser um ‘egoísmo a dois’. Como dizia Exupéry: “Amar não é olhar um para o outro, mas é olhar ambos na mesma direção”. Isto é, o casal não pode parar em si mesmo, ele tem grandes tarefas pela frente: os filhos, a ajuda aos outros, a vida na Igreja, entre outros. Importa olhar na mesma direção e caminhar juntos.
Para que a harmonia aconteça é preciso conhecer o outro. Cada um de nós é um mistério insondável, único e irrepetível. Somos indivíduos. Não haverá dois iguais a você na face da terra e na história dos homens, mesmo que se chegue ao absurdo da clonagem do ser humano. Cada um de nós é insubstituível, e isso mostra o quanto somos importantes para Deus.
Quando nos casamos, recebemos o outro das mãos de Deus e da família, como um presente ímpar, singular, sem igual, e que deve, portanto, ser cuidado com o máximo cuidado, para sempre.
É fundamental para a vida do casal que cada um conheça a história do outro: a sua vida, o seu passado, a realidade familiar de onde veio, entre outros, para poder compreendê-lo, ajudá-lo, amá-lo e perdoá-lo. Ninguém ama a quem não conhece. Quando o casal não se conhece bem, acaba cometendo dois erros: antes do casamento parece que o outro não tem defeitos; e depois do casamento parece que tem todos.
Ao conhecermos a profundidade desse ‘mistério’ que é o outro, teremos, então, condições reais de aceitá-lo como ele é, e, a partir daí, ajudá-lo a se superar.
Do livro “FAMÍLIA, SANTUÁRIO DA VIDA”
Prof. Felipe Aquino